martes, 23 de abril de 2013

Entrevista com o Artista Rafo Diaz- MilleCultura



1.     Rafo, como descobre o gosto pelas artes. A escrita, em particular?
Acho que sou um desses que nasceu com vontades de ser artista, sempre sonhei com a ideia de ser um cantor de rock, tive um tio cantor e perto da minha casa praticava um popular grupo musical da minha terra, mas não tinha muito jeito como cantor pelo que dediquei-me a pintar e a escrever. Escrevo e pinto desde que era um rapazinho, empecei por escrever poemas para as raparigas do que gostava e contos bizarros que só gostava eu.

2.     Tantos anos de carreira, como descreve esta aventura de escrever e contar estórias?
Como isso, como uma grande aventura, mas não me considero escritor, eu sou essencialmente um contador de histórias que alem disso actua e pinta.


3.     Como nascem as suas obras, em que é que se inspira?
Inspira-me a minha terra, a amazonia, com seus mitos e lendas, mas principalmente a vida, mesmo quando as vezes num conto falo sobre a morte, sempre estarei inspirando-me na vida. A palavra vida, envolve muitas outras como: morte, felicidade, tristeza, paixão, etc.

4.     Pintura, Teatro, Escrita e Conto de Estórias, são algumas das artes que pratica. Como é que o Rafo cria este percurso multifacetado?
Acredito que não todos os formatos servem para poder falar das coisas que me preocupam ou que me motivam, há coisas que ficam melhor sendo contadas, outras representadas e outras para partilhar na intimidade com o público como há escrita.

5.     Abril é o mês do livro, como vê a Literatura em Moçambique?
Contínua a ser difícil para o público ter a capacidade de comprar um livro, os moçambicanos gostam de ler, mas o valor dos livros e a dura sobrevivência diária fica por afastar ao público das livrarias e as bibliotecas. Mas há um grupo de pessoas a brigar para mudar isso e precisam do apoio de todos.



 6.     O que se pode fazer para que a nossa Literatura se projecte além-fronteiras?
É difícil aceder a um mercado fora, as editoriais são muito exigentes, mas Moçambique tem escritores que tem ultrapassado a fronteira na base do trabalho e a originalidade, o poeta Craveirinha, Paulina Chiziane, Ungulani Ba Kakhosa, Mia Couto, são só alguns dos escritores reconhecidos e queridos e que tem atingido um grande sucesso no estrangeiro.

7.     O Rafo trabalha com alguma Literatura infantil, porque este público?
Na verdade trabalho para um publico familiar, acredito que os meus contos gostam a pequenos e grandes por igual, é difícil as vezes saber durante as minhas performances quem é que esta a desfrutar mais dos contos, se os pais ou os filhos.

8.     O que diria da existência de espaços como a MilleCultura?
Bem-vindas as iniciativas que apoiam aos artistas nacionais e estrangeiros e a vida cultural de Moçambique, continuem assim.

9.    No espírito da nova campanha do Millennium bim Mais Para Todos, o que é mais para si?
Mais arte, mais cultura, mais imaginacao...

10.  Rafo, e o futuro, projectos?
Publicar audiolivros e um outro livro, um novo show no CCFM, outra expo-arte e algum tour de contos por algum lugar do mundo.


Vânia Manguele
MilleCultura-Agenda Cultural do Millennium bim
Maputo, 01 de Abril de 2013